
O que é o CST no setor automotivo?
O CST (Código de Situação Tributária) identifica fiscalmente as empresas que circulam mercadorias e prestam serviços sujeitos ao ICMS — o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. No setor de negócios automotivos, ele se aplica diretamente a negócios que vendem peças, pneus, óleos, aditivos, acessórios ou produtos automotivos em geral, assim como oficinas que fornecem esses itens junto à execução de serviços, como troca de pastilhas, baterias ou lubrificantes.
As empresas utilizam o CST para indicar como devem tributar cada operação, de acordo com a legislação estadual, o tipo de produto e o regime tributário. Esse código impacta diretamente o cálculo do ICMS e define a forma de emissão da nota fiscal — influenciando a escrituração contábil, a apuração de tributos e a conformidade fiscal do negócio.
O que é CST e como funciona na prática
O CST apresenta números que indicam a natureza tributária de cada operação. Cada sequência numérica corresponde a um tipo de tributação: produto isento, sujeito à substituição tributária ou tributado integralmente. Nos negócios automotivos, esse detalhe ganha ainda mais relevância, já que envolve tanto a comercialização de peças quanto a prestação de serviços de manutenção ou estética automotiva. Por exemplo, a venda de uma cera automotiva exige um código diferente da aplicação de um serviço de polimento. O gestor deve classificar corretamente tanto a prestação de serviços quanto a venda de produtos automotivos para que a nota fiscal represente fielmente a operação.
Como é composto o código CST?
O CST é um código de três dígitos que define a situação tributária do ICMS da mercadoria ou serviço prestado. Em primeiro lugar, sua composição ocorre da seguinte maneira:
- O primeiro dígito vem da Tabela A, que identifica o regime geral de tributação da operação (por exemplo: tributada integralmente, isenta ou não tributada).
- Já os dois dígitos seguintes pertencem à Tabela B, que detalham a situação específica dentro do contexto da Tabela A.
Dessa forma, essa estrutura contribui para classificar operações como:
- Produto com ICMS normal
- Produto com substituição tributária
- Produto isento ou com redução da base de cálculo
- Produto vendido para cliente com isenção
- Produto sujeito à não incidência do imposto, entre outros
Portanto, para consultar diretamente as tabelas oficiais de Códigos de Situação Tributária (CST) e garantir a classificação correta na emissão de notas fiscais, acesse o portal da Receita Federal, onde estão disponíveis as tabelas oficiais, como a Tabela 4.3.4 do PIS/COFINS, além das versões atualizadas das demais classificações.
O que compõe o código CST?
Código de Situação Tributária é um código de três dígitos que determina a tributação (referente ao ICMS) do produto, onde são classificados, unindo 1 dígito da tabela A com 2 dígitos da tabela B:
| TABELA A – ORIGEM DA MERCADORIA OU SERVIÇO | |
| 0 | Nacional, exceto as indicadas nos códigos 3 a 5 |
| 1 | Estrangeira – Importação direta, exceto a indicada no código 6 |
| 2 | Estrangeira – Adquirida no mercado interno, exceto a indicada no código 7 |
| 3 | Nacional, mercadoria ou bem com Conteúdo de Importação superior a 40% |
| 4 | Nacional, cuja produção tenha sido feita em conformidade com os processos produtivos básicos de que tratam o Decreto-Lei nº 288/1967 , e as Leis nºs 8 248/1991, 8.387/1991, 10.176/2001 e 11.484/2007 |
| 5 | Nacional, mercadoria ou bem com Conteúdo de Importação inferior ou igual a 40% |
| 6 | Estrangeira – Importação direta, sem similar nacional, constante em lista de Resolução Camex e gás natural |
| 7 | Estrangeira – Adquirida no mercado interno, sem similar nacional, constante em lista de Resolução Camex e gás natural |
| TABELA B – TRIBUTAÇÃO PELO ICMS | |
| 00 | Tributada integralmente |
| 10 | Tributada e com cobrança do ICMS por substituição tributária |
| 20 | Com redução de base de cálculo |
| 30 | Isenta ou não tributada e com cobrança do ICMS por substituição tributária |
| 40 | Isenta |
| 41 | Não tributada |
| 50 | Suspensão |
| 51 | Diferimento |
| 60 | ICMS cobrado anteriormente por substituição tributária |
| 70 | Com redução de base de cálculo e cobrança do ICMS por substituição tributária |
| 90 | Outras |
CST e sua relação com o regime tributário da empresa
Outro ponto crucial para os negócios automotivos é entender que o CST está diretamente ligado ao regime tributário da empresa. No Simples Nacional, por exemplo, utiliza-se a CSOSN (Código de Situação da Operação do Simples Nacional), que funciona de forma semelhante ao CST, mas adaptada ao regime simplificado. Já empresas enquadradas no Lucro Presumido ou Lucro Real precisam adotar os códigos de CST tradicionais. Essa diferença influencia diretamente no cálculo de tributos e, consequentemente, na margem de lucro.
Importância do CST no ICMS para empresas do setor automotivo
O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é um tributo estadual que incide sobre a venda de produtos e sobre a circulação de mercadorias. Sobretudo no caso dos negócios automotivos, esse imposto abrange a comercialização de peças, pneus, óleos, acessórios, produtos de limpeza automotiva e até mesmo a inclusão desses itens em ordens de serviço.
Além disso, o CST (Código de Situação Tributária) é fundamental para determinar a forma correta de tributação em cada uma dessas operações. Ele não apenas influencia diretamente na aplicação da alíquota do ICMS e na base de cálculo utilizada, mas também define possíveis isenções, reduções ou substituição tributária (como no caso de pneus e lubrificantes, que frequentemente estão sujeitos ao regime de ST).
Assim, conhecer e aplicar corretamente o CST em cada nota fiscal evita erros que podem gerar multa, autuação fiscal, problemas com a Secretaria da Fazenda e inconsistências na escrituração contábil. Por esse motivo, a escolha correta do CST se torna uma das etapas mais críticas da gestão fiscal em negócios automotivos.
Como saber qual CST do ICMS usar em uma operação automotiva?
A definição do CST depende de diversos fatores, como:
- A origem da mercadoria (se foi fabricada ou adquirida de terceiros);
- O tipo de operação (venda, devolução, remessa, etc.);
- A legislação estadual vigente, que pode incluir regimes especiais;
- O regime tributário da empresa (Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real);
- Se a mercadoria está sujeita a substituição tributária, isenção, diferimento ou redução da base de cálculo.
Por exemplo:
Se sua empresa de negócios automotivos comercializa óleo de motor sujeito ao regime de substituição tributária, você deve aplicar o CST 010 (tributada com ST) ou 060 (ICMS cobrado anteriormente por ST), conforme o responsável pela venda e o destinatário.
Já para uma oficina que realiza a troca de pastilhas de freio com fornecimento da peça, pode-se aplicar o CST 000 ou 010, conforme a tributação da mercadoria.
Composição numérica do CST
O CST reúne três dígitos numéricos, e cada um exerce uma função específica na classificação da operação. Essa estrutura permite identificar exatamente como tratar o ICMS.
Significado dos dígitos do CST
| Dígito | Significado |
|---|---|
| 1º Dígito | Origem da mercadoria ou serviço – Ex: operação interna, interestadual ou do exterior. |
| 2º Dígito | Tributação do ICMS – Indica se a operação é tributada, isenta, com ST, com diferimento, etc. |
| 3º Dígito | Informações complementares sobre a forma de tributação – Detalha regimes especiais, benefícios fiscais ou situações específicas. |
A combinação desses três dígitos gera um código CST único, que define com precisão a forma como o ICMS deve ser calculado e recolhido.
Classificação dos Códigos de Situação Tributária
Os CSTs são organizados por categorias e subcategorias, cada uma correspondendo a uma forma específica de tributação. Veja alguns exemplos aplicados ao setor automotivo:
| Categoria | Situação Fiscal | Exemplo de Aplicação em Negócios Automotivos |
|---|---|---|
| 000 | Tributada integralmente | Venda de aromatizantes ou produtos de limpeza automotiva comuns |
| 010 | Tributada com ICMS por Substituição Tributária (ST) | Venda de pneus ou óleos lubrificantes com ST |
| 040 | Isenta | Venda de item com isenção autorizada por lei estadual |
| 060 | ICMS cobrado anteriormente por ST | Venda de mercadoria com ICMS retido anteriormente |
| 041 | Não tributada | Venda ou movimentação de item que não gera incidência de ICMS |
| 020/070 | Redução da base de cálculo + ST | Quando a operação tem redução de base e ainda assim se aplica ST |
Exemplos práticos de aplicação do CST em negócios automotivos

Imagine, por exemplo, um lava-rápido que também comercializa produtos automotivos, como shampoo para carro e aromatizantes. Nesse caso, cada produto terá um CST específico, conforme a tributação definida pela legislação. Da mesma forma, uma oficina que realiza a venda e instalação de peças precisa classificar corretamente tanto a mão de obra quanto a mercadoria.
Assim, essa diferenciação assegura que o gestor calcule os tributos corretamente, evitando pagar valores a mais ou gerar inconsistências que atraiam fiscalização. Portanto, para os negócios automotivos, o uso adequado do CST representa não apenas segurança fiscal, mas também previsibilidade nos custos.
Descrições dos Códigos CST para empresas automotivas
Negócios automotivos que vendem peças, acessórios, pneus, produtos de limpeza automotiva ou prestam serviços com fornecimento de materiais precisam usar corretamente o CST (Código de Situação Tributária) para garantir a conformidade com o ICMS em operações internas (dentro do mesmo estado).
Abaixo, apresentamos os principais códigos CST utilizados nessas operações e como eles se aplicam na prática no contexto automotivo:
CST 00 – Tributada integralmente
Utilizado quando o ICMS é cobrado normalmente, sem isenções ou benefícios fiscais.
Exemplo prático: Venda de um aromatizante automotivo ou shampoo de limpeza, sem substituição tributária, dentro do estado. A alíquota de ICMS é aplicada sobre o valor total da mercadoria.
CST 10 – Tributada e com cobrança do ICMS por substituição tributária (ST)
O CST 10 se aplica quando a empresa tributa o produto, mas outro responsável na cadeia retém antecipadamente o imposto por substituição tributária e recolhe o ICMS.
Exemplo prático: Negócios automotivos com venda de pneus, baterias, óleos ou amortecedores, que geralmente já têm o ICMS ST recolhido por fabricantes ou distribuidores.
CST 20 – Com redução de base de cálculo
Usado quando há tributação de ICMS, mas com redução na base de cálculo, resultando em um valor menor de imposto. Essa redução precisa ser amparada por legislação estadual.
Exemplo prático: Venda de determinados produtos automotivos beneficiados com incentivos fiscais regionais.
CST 30 – Isenta ou não tributada com cobrança de ICMS por substituição tributária
Mesmo em operações isentas ou não tributadas, o ICMS pode ser recolhido por ST.
Exemplo prático: Venda de mercadoria com isenção parcial, mas que já teve o imposto retido em etapas anteriores da cadeia.
CST 40 – Isenta
Utilizado quando a operação é isenta de ICMS por força de lei estadual.
Exemplo prático: Venda de item automotivo com isenção prevista por convênio estadual ou programa de incentivo.
CST 41 – Não tributada
Aplicado quando o ICMS não incide sobre a operação, o que pode ocorrer com movimentações técnicas, remessas para conserto ou outras hipóteses legais.
Exemplo prático: Remessa de um equipamento automotivo (como um scanner de diagnóstico) para manutenção ou teste em outro local.
CST 50 – Suspensão
Utilizado quando há suspensão temporária do ICMS, postergando o pagamento para uma etapa futura da operação.
Exemplo prático: Negócios automotivos com remessa de peças automotivas para industrialização ou montagem em outro estabelecimento.
CST 51 – Diferimento
Aplica-se quando há diferimento do ICMS, ou seja, o recolhimento do imposto fica postergado para o momento futuro, geralmente quando ocorrer a venda ao consumidor final.
Exemplo prático: Negócios automotivos compram peças para revenda e recolhem o ICMS apenas na saída da mercadoria.
Correta utilização do CST para negócios automotivos

Para oficinas mecânicas, lojas de autopeças e centros automotivos que emitem notas fiscais de venda ou de serviços com fornecimento de produtos, a correta classificação do CST é crucial. Isso inclui:
- Identificar se o produto está sujeito a ST;
- Verificar a existência de benefícios fiscais;
- Aplicar a legislação vigente no estado de origem e destino;
- Seguir as orientações do contador para cada tipo de operação.
Fiscalização e penalidades por uso incorreto do CST para negócios automotivos
A fiscalização estadual acompanha com rigor as operações tributárias do setor automotivo. A aplicação incorreta do CST pode acarretar:
- Multas por infração tributária;
- Recolhimento retroativo de ICMS com juros e correção;
- Bloqueio de emissão de notas fiscais;
- Problemas no crédito de ICMS de clientes e fornecedores.
Empresas que comercializam produtos automotivos ou prestam serviços com fornecimento de peças devem, obrigatoriamente, manter seu cadastro fiscal e emissão de documentos alinhados às exigências da legislação.
Conclusão
No segmento automotivo, onde a circulação de peças, acessórios e produtos é intensa e diversificada, o Código de Situação Tributária (CST) desempenha, portanto, um papel decisivo na correta apuração e recolhimento do ICMS.
Além disso, a aplicação adequada do CST em documentos fiscais, como a nota fiscal eletrônica (NF-e), não apenas garante a conformidade tributária da empresa, mas também previne erros que poderiam resultar em multas, autuações fiscais e até bloqueios de operação.
Por essa razão, empresas que vendem produtos automotivos — como pneus, lubrificantes, aditivos, itens de estética e acessórios —, bem como oficinas que realizam serviços com fornecimento de peças, precisam dominar os códigos CST e compreender como tributar cada operação. Isso é especialmente importante em estados que aplicam regras específicas de substituição tributária (ST), diferimento ou isenção.
Dessa forma, marcado por complexidade e constantes mudanças fiscais, é essencial manter-se atualizado com a legislação estadual, buscar apoio contábil especializado e adotar boas práticas de controle fiscal. Assim, o conhecimento aprofundado do CST e sua correta utilização fortalecem a gestão tributária, reduzem riscos e contribuem diretamente para a sustentabilidade e o sucesso do negócio automotivo.
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